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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Brigas na família: jornalista conta histórias da rivalidade do Gre-Nal

Augusto Nunes recebeu cartas violentas quando conclamou a união das duas torcidas em prol do Rio Grande do Sul: 'Aquilo é irreconciliável'


Um dos jornalistas mais influentes do Brasil, Augusto Nunes dirigiu publicações como "Estado de S.Paulo", "Jornal do Brasil", no Rio de Janeiro, e "Zero Hora", em Porto Alegre. Nas três cidades, ele vivenciou as rivalidades dos clubes. Para ele, não há duvidas em apontar Grêmio e Internacional, que se enfrentam neste domingo, às 19h30, no estádio Olímpico, como a mais acirrada. Um exemplo foi a história que o colunista da revista "Veja" contou no "Redação SporTV" da última terça-feira, que envolve a família Sirotsky, fundadora do grupo de mídia RBS, no Sul do país.  
- Quando eu tinha acabado de assumir a direção do "Zero Hora", houve um jogo do Grêmio e a saída dos torcedores passava em frenta ao jornal. Passou uma multidão insultando um diretor da RBS, que era torcedor do Colorado. Na semana seguinte passou uma multidão de colorados insultando outro diretor da RBS, que era gremista. Soube que na família já tinham brigado com bandeiradas, tios e sobrinhos, por causa do Gre-Nal - disse Augusto Nunes.
Outra experiência em Porto Alegre envolveu o próprio jornalista. Quando um dos times estava disputando o Mundial de Cubes, Augusto escreveu um artigo conclamando a união das duas torcidas em prol do Rio Grande do Sul.
"E tem aquele negócio da pátria gaúcha. O Brasil não ganha, é sempre o Rio Grande do Sul."
Augusto Nunes
- Eu recebi as cartas mais violentas. Todas começavam assim: "você é um idiota, não faz a menor ideia do que é ser torcedor disto ou daquilo". Aquilo é irreconciliável mesmo. Não há com unir. Aquele negócio de, "estarei com o Grêmio onde o Grêmio estiver", é verdade. Vide a Batalha dos Aflitos - disse.  
O jornalista comparou a cobrança da torcida em Porto Alegre com jogadores e imprensa. Como a capital gaúcha é uma cidade pequena, não é preciso perseguí-los, como acontece no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os atletas são cobrados ao vivo, nas churrascarias. 
- Lá, você nem precisa, você encontra o jogador. Na imprensa, todos se definem. Quase todos. Os poucos que não se definem ficam mal com os dois lados. E tem aquele negócio da pátria gaúcha. O Brasil não ganha, é sempre o Rio Grande do Sul. Se um brasileiro ganha a medalha de ouro do declato, é: "Gaúcho ganhou a medalha de ouro" - disse Augusto Nunes. 

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