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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Fabrício "VAI CAVALO' Werdum



Eternizado no panteão das lendas do MMA para sempre no dia 27 de junho de 2010, ao finalizar por triângulo em 1:09s o mito e até então invicto russo Fedor Emelianenko naquilo que foi considerada a maior vitória da história do MMA, Fabrício Werdum sonha agora com patrocínio do seu time do coração, o Imortal Tricolor Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

O "sci" anunciou a contratação de Rodrigo Minotauro . E, no que depender de Fabrício Werdum, o Grêmio também terá seu representante no mundo do MMA. O peso pesado que está de volta ao UFC , está empolgado com a quantidade de lutadores patrocinados por clubes de futebol, como Anderson Silva, do Corinthians, e Paulo Thiago, do Cruzeiro.

Gaúcho, Werdum, que há três anos não retorna ao Brasil, é torcedor do Imortal Tricolor desde pequeno, quando ia ao Olímpico com o pai e o irmão.

"A quantidade de seguidores de futebol e de MMA, que é um esporte novo, não tem comparação. O futebol é o número um dos esportes. Imagina essa combinação? Meu sonho é que Grêmio me contrate. Imagina sentir a emoção de entrar em campo, estilo jogador sendo apresentado, e ser recebido pela torcida toda, que eu vou desde pequeno?", idealizou Werdum, atleta da MHP, em entrevista à TATAME, analisando a união entre clube de futebol e atleta de MMA.

"É boa para os dois esportes, para mostrar que somos profissionais, que existe rivalidade, mas é algo saudável. Acho que é um bom casamento. O atleta pode dar palestra e fazer campanha mostrando para as torcidas de futebol que lugar de lutar é no octógono e não na rua".

Feliz com as mensagens que vêm recebendo pelo Twitter pedindo à diretoria do Grêmio que o contrate, Werdum comentou ainda um hipotético Gre-Nal, entre ele e Minotauro. Eles já se enfrentaram, em 2006, e o baiano levou a melhor na decisão unânime dos juízes.

"Essa revanche seria bem legal, ainda mais no Brasil. Faz tempo que lutamos no Pride. A rivalidade entre Inter e Grêmio é muito grande. Um Gre-Nal entre o Minotauro e eu seria o 'bicho'. Faria de tudo para ganhar", encerrou.

Como foi noticiada a da vitória sobre Fedor:

Strikeforce - Fedor vs Werdum: A maior vitória da história
Alexandre Matos - 27 de junho de 2010

Não sou chegado a lances de horóscopo e artefatos esotéricos. Se fosse, acreditaria piamente que 2010 é o ano da Zebra no horóscopo chinês. Ficamos surpresos com a vitória de Frank Edgar sobre BJ Penn. A Copa do Mundo viu o atual campeão e o vice voltando para casa na primeira fase. Isso tudo é filhote. Uma zebra do tamanho de um dinossauro foi vista ontem à noite cavalgando em San Jose, na California. Ela entrou no HP Pavilion e deixou o mundo do MMA de cabeça para baixo. Naquele ginásio o gaúcho Fabricio Werdum conquistou a maior vitória da história do MMA ao submeter ninguém menos que Fedor Emelianenko.

Pegue um cronômetro. Dispare-o e pare em 69 segundos. Rápido, não? O que você consegue fazer de relevante em tão pouco tempo? Pouca coisa, acredito. Fabricio Werdum fez muito. Entrou pra história.

Antes da luta, não foram poucos a acreditar que o russo venceria mais uma luta. Werdum chegou ao ginásio rindo muito, brincando com todos. Sinal de nervosismo, disseram vários – eu inclusive. Entrou no cage hexagonal debaixo de uma estrondosa vaia. Viu o adversário entrar ovacionado. Sendo o adversário quem era, já tínhamos um cenário suficientemente aterrorizante para Werdum. Mas, muito focado, mostrou que nada o abalaria.

Fedor começou num ritmo forte. Aproveitou uma aproximação de Werdum e despejou uma sequência de socos, que não pareceram pegar em cheio, mas derrubaram o brasileiro. Na verdade era uma armadilha de Fabricio. O russo, achando que abalara o oponente, partiu para decidir a luta com seu temido ground and pound. E foi aí que cometeu um erro e onde começou o show do campeão no peso e absoluto do ADCC 2009. Fabricio não estava abalado e catou rapidamente o braço esquerdo do russo. Apertou uma chave de braço, mas Fedor lutou, se debateu e conseguiu se safar. Werdum então passou a perna e travou um justíssimo triângulo. A cabeça do russo começou a ficar vermelha, numa cena tão chocante quanto inédita. Fedor tentava desesperadamente escapar, mas o braço a esta altura já estava totalmente afundado e o estrangulamento, muito apertado. A esta altura eu já estava estático, mudo, olhando para a tela, esperando o momento que se aproximava. Sim, Fedor bateu. Sim, Fedor foi finalizado. Sim, Fedor PERDEU. Sem desculpas, sem “no contest”.

Depois do combate, a diferença de comportamento de ambos era nítida. O russo, assim como em suas vitórias, não emitia nenhuma emoção em sua derrota.

“Logo no começo do round eu acertei Fabrício e queria finalizar a luta o quanto antes, e este foi o momento em que cometi um erro. Tiveram momentos na minha carreira em que consegui escapar, mas eu vacilei e paguei por isso. No momento em que teria que escapar, eu parei. Eu nunca tinha feito isso, e esse momento foi usado pelo Fabrício para travar as pernas. Quem nunca cai não se levanta. Acontece que me transformaram numa espécie de ídolo. Todo mundo perde, isso acontece. Eu sou um ser humano normal como qualquer outro, e se for a vontade de Deus eu vou vencer a próxima luta. Tentei me motivar e vir para essa luta na minha melhor forma, e a luta de hoje me mostrou que eu talvez não trabalhei o bastante. Eu não consegui fazer todas as minhas técnicas, isso significa que terei que trabalhar mais.”

O brasileiro tinha a exata noção do tamanho de seu feito. Com um sorriso escancarado no rosto, saiu correndo pelo cage para comemorar com sua equipe.

“Foi isso que nós treinamos. Tentei trocar um pouco de soco com ele, mas caí para trás para chamá-lo pro chão, era isso que eu queria e fiz exatamente o que treinei. Estou muito, muito feliz. O time é muito importante em uma luta como esta. Acreditei nesta vitória pelo trabalho duro que fizemos. Se não fosse meu time não teria como vencer, não só minha equipe, mas como toda minha família, minha mãe, que estava me assistindo na Espanha, minha mulher, minha filha, todo mundo que me apoiou. Estou pronto pra lutar contra qualquer um, mas claro que gostaria de lutar com ele de novo daqui umas seis ou sete meses, mas dessa vez na Rússia, no estilo Rocky Balboa. Eu pensei nisso e gostaria que fosse assim.”

Não existe um prêmio de Finalização da Noite que pague o que o brasileiro fez. Finalização da História talvez fosse mais indicado, mas isso não se materializa. E nem precisa. Quem gosta de MMA vai ficar com as imagens do mito russo sendo estrangulado para sempre gravadas em suas retinas. Nenhum prêmio ou cinturão do mundo tem o valor do que Fabricio Werdum acabou de conquistar.
(Fonte: Tatame/MMA-Brasil)


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