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domingo, 1 de abril de 2012

Diablo: a potência demoníaca dos games


“Evil is back: 15/05/2012”. Bastou apenas que essa frase aparecesse no site da Blizzard para que um verdadeiro alarde começasse entre fãs, e até não fãs, no mundo todo. Qualquer um que não sabe do que se trata poderia ficar assustado, afinal, como é possível que uma frase que diz “O mal está voltando” poderia gerar mais comemoração do que o Brasil ganhando a Copa?
Apesar de parecer extremista, todo esse alvoroço pode ser justificado pela divulgação da data oficial de lançamento para a sequência mais aguardada dos últimos tempos, parte integrante da franquia de Action RPG mais aclamada da história e que ficou sem novos títulos por mais de uma década. Estamos falando de Diablo III.
Afinal, quais os motivos para toda essa grandeza no entorno do game (aparentemente) demoníaco? Continue lendo essa matéria especial e descubra como Diablo se tornou o definidor máximo de um gênero.

A alvorada do RPG de Ação

Depois dos sucessos de Rock N’ Roll Racing, The Lost Vikings e Wacraft: Orcs and Humans, a Blizzard já era reconhecida como uma companhia capaz de produzir títulos AAA e estava procurando por novos projetos. A empresa já havia mostrado que não tinha medo de fazer bons jogos a partir de ideias novas, como foi o caso de Warcraft, baseado no ainda pouco explorado RTS. Em 1995, o novo projeto veio em forma de uma inesperada ligação telefônica.
Do outro lado da linha estava a Condor Games, um pequeno estúdio que já trabalhou com a Blizzard antes e que, agora, tinha um ambicioso projeto em mente e nenhum parceiro comercial para desenvolvê-lo. A ideia era de um “RPG de turnos com ação”, que tinha uma história e artes conceituais próprias, mas que não recebeu a atenção de nenhuma outra publicadora. Até o momento.
Os três jovens no comando da Blizzard logo viram que a ideia tinha potencial e decidiram ser seus publicadores. Seu título provisório era “Diablo”. Um ano se passou, e empresa já tinha lançado mais um sucesso de vendas: a sequência Warcraft II. Entretanto o trabalho em cima de Diablo ainda continuava.
A Blizzard não estava completamente feliz com o andamento do projeto e queria fazer algumas mudanças. A Condor resistiu, mas, no final, acabou deixando o gênero de RPG em turnos completamente de lado para prosseguir apenas com o RPG de ação em tempo real e com uma visão tridimensional.
Depois de testar o primeiro Beta, os três jovens perceberam que Diablo poderia ser algo gigante e não queriam mais ser apenas o seu publicador, e sim os donos da propriedade intelectual. Não demorou até que a Condor Games fosse comprada e renomeada Blizzard North, com o lançamento de Diablo finalmente acontecendo no início de 1997.

O mal bem sucedido

Com mais de um milhão de cópias vendidas, Diablo foi um sucesso imediato e absoluto. Nenhum outro game conseguira colocar a ação rápida em um jogo de RPG com tanta harmonia, contando com o suporte de mapas, itens gerados aleatoriamente a cada partida e cutscenes fenomenais. Além disso, ainda tinha a Battle.net, um servidor para partidas online gratuito incluso em cada cópia do jogo, algo que deu novo sentido ao modo multiplayer cooperativo.
Como era de se esperar, o trabalho para um novo título para a franquia começou quase que de imediato. A ideia era lançar o Diablo 2 dois anos depois, no feriado de 1999, mas o título teve que ser atrasado para que a empresa conseguisse polir o jogo ao máximo. Muitas horas-extras e muitos dias de trabalho até tarde depois, a sequência finalmente chegou em junho de 2000 para ser outro sucesso.
A fórmula do Action RPG foi amplamente explorada e agora contava com cinco classes de guerreiros diferentes, toneladas de armas e uma grande diversidade de cenários. Apesar de os gráficos serem praticamente iguais aos do antecessor e dos bugs com a Battle.net, Diablo II ainda conseguiu ser o game mais explosivo da Blizzard, alcançando um milhão de cópias vendidas em um mês.
Depois de Diablo II e Stacraft, a Blizzard já era uma das companhias mais respeitadas no mundo dos games: todos os títulos que eles lançavam passavam fácil da marca de um milhão de cópias vendidas e se tornavam um clássico para o gênero a que pertenciam. A expansão Diablo II: Lord of Destruction veio em 2001, agregando mais duas classes e muitas quests, além de mais fama para a franquia. Infelizmente, este seria o último título com o nome Diablo por mais de dez anos.

O retorno dos demônios

Agora que tinha dominado os anos 90, a Blizzard Entertainment queria estar no topo do novo milênio, com uma ideia recente empregando um projeto ainda mais ambicioso: um MMORPG. Como a Blizzard North já estava empenhada em uma terceira sequência para Diablo — em 2001!, o projeto do multiplayer massivo faria parte da franquia Warcraft, uma empreitada que consumiria boa parte dos recursos da empresa.
Para piorar ainda mais o lado do Lorde das Trevas, a equipe original da Condor Games decidiu sair da Blizzard para fundar uma nova empresa em 2003, deixando Diablo III totalmente inacabado. Em novembro daquele mesmo ano, o MMORPG World of Warcraft foi lançado e se tornou um dos títulos mais invejados por toda a indústria do entretenimento; sendo um dos jogos mais rentáveis da história, se não o mais.
Sem a genialidade dos precursores do primeiro título, em 2005, o Diablo III ainda não tinha saído do lugar. A equipe não conseguia aprimorar o gameplay, e os gráficos de quatro anos atrás já estavam defasados. Então, a companhia decidiu fechar o que restou da Blizzard North e recomeçar o projeto do zero, com novos ares e uma agenda mais rigorosa.  Mesmo assim, o público não veria nenhuma notícia sobre o game por mais alguns anos.
O anúncio oficial de que a recém-formada Activision Blizzard estava com Diablo III no forno veio apenas em 2008. Alguns trailers de demonstração para o gameplay e para os gráficos do jogo também foram liberados na mesma época, revivendo a chama nos fãs da franquia e chamando a atenção de muitos novatos.
Se tudo ocorrer como o planejado e sem mais nenhum atraso, Diablo III estará disponível para download e nas prateleiras no dia 15 de maio de 2012.
A versão Beta de testes já tem sido experimentada há algum tempo e, até agora, os resultados parecem muito bons. O jogo está ainda mais focado para o Action RPG, sendo que agora é possível recuperar vida e mana apenas “encostando” nas poções regenerativas que estão no chão. Os gráficos também estão renovados, e as habilidades dos personagens estão mais criativas do que nunca.
O aspecto multiplayer também foi expandido: uma Auction House vai permitir que os jogadores leiloem os itens mais raros para o público da Battle.net, e até ganhem dinheiro de verdade com o negócio. As informações adicionadas no site oficial também são muitas, mesmo assim, a Activision Blizzard ainda não deixou claro se Diablo III vai ter versões para console ou não.
Apesar de todos os contratempos, dificuldades e muitos (muitos!) atrasos, é certo que Diablo III será mais um campeão de vendas e que ficará nas “paradas de sucesso” por um bom tempo. Os tempos agora são outros, e a indústria está muito mais concorrida. Mesmo que o game não traga tantas inovações como seus antecessores, já é possível considerá-lo mais uma grande adição para o gênero Action RPG como um todo, além de ser um presente para os fãs.

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